Você ouviu ou viu estas cerimônias, vídeos e até encenações estranhas no CERN?

Surgiu um vídeo online de uma estranha cerimônia ocorrida no CERN, onde indivíduos encapuzados, reunidos em torno da estátua de Shiva, encenaram um ritual “esfaqueando” uma mulher vestida de branco.
O vídeo, filmado de um edifício próximo, mostra vários indivíduos vestidos com capuzes negros, que entram pela entrada principal do laboratório de física mais top do mundo, participando de um ritual oculto, que culmina no esfaqueamento de uma mulher como em  um “sacrifício humano”.
Aqui está o vídeo.

O ritual aconteceu na frente da estátua de Shiva.

 Esta estátua do deus hindu Shiva fica na entrada do CERN, onde o Grande 
Colisor de Hádrons foi recentemente reativado. Shiva também é conhecido como 
“O Destruídor” – o seu dever é o de “destruir mundos no final da criação e 
dissolvê-los em nada”. Essa é uma adição estranha para um lugar científico.

Pouco antes do relançamento do Grande Colisor de Hádrons, o CERN lançou um vídeo bizarro intitulado “Dance of Destruction” (Dança de Destruição) que deu ao evento científico um contexto sombrio e ritualístico (o vídeo também apresenta alguém vestido de preto “sacrificando” alguém vestido de branco).


No início deste ano, a Suíça organizou outro ritual oculto maciço: A cerimônia de abertura do túnel Gotthard na Suíça (leia o artigo sobre isso aqui).

A cerimônia culminou com a adoração em massa de um homem-bode.

Um porta-voz do CERN confirmou na quarta-feira que uma investigação foi conduzida após o lançamento do vídeo filmado durante a noite em seu campus de Genebra. Em um e-mail enviado à AFP, o porta-voz escreveu:

Essas cenas foram filmadas nas nossas instalações, mas sem permissão ou conhecimento oficial. O CERN não tolera esse tipo de brincadeira, o que pode gerar mal-entendidos sobre a natureza científica do nosso trabalho. A “investigação” em curso foi um “assunto interno”.– Mail Online, ‘Human sacrifice’ ceremony at Geneva’s CERN laboratory – involving cloaked men ‘stabbing a woman’ at night – is investigated by chiefs at world-famous science centre

O porta-voz no entanto confirmou que a área onde a cerimônia aconteceu era altamente segura e que as pessoas no vídeo provavelmente tinham crachás do CERN.

 
“Os crachás do CERN são sistematicamente controlados em cada entrada do CERN, seja de dia ou de noite. O CERN recebe todos os anos milhares de usuários científicos de todo o mundo e, por vezes, alguns deles deixam seu humor ir longe demais. Isso é o que aconteceu nessa ocasião”.
 
 – Ibid.

Embora alguns afirmem que o vídeo é “fake”, “pegadinha” e um produto de jovens fazendo “trollagem”, não se pode negar estes fatos: (1) O ritual realmente aconteceu (2) à noite (3) em uma área altamente segura no CERN (4) por pessoas que tinham crachás do CERN (5) que tiveram o trabalho de arrumar as roupas necessárias (6) e encenar essa cerimônia. Por que alguém estaria filmando aleatoriamente a entrada do CERN antes de tudo isso acontecer? Isso é algo para se pensar também.

Não importa quais sejam as verdadeiras intenções por trás desse ritual, o resultado final é o mesmo: é mais um evento ritualístico estranho associado ao CERN.

Opinião: “Filmes de vampiros incentivam jovens a mexerem com o oculto”, afirma especialista do Vaticano

O sucesso dos belos e sedutores vampiros, protagonistas de campeões de bilheteria como a série de filmes “Crepúsculo” está levando muitos jovens ao redor do mundo a mexer com “forças ocultas”, alertou uma das maiores autoridades em possessão demoníaca do Vaticano durante um curso sobre exorcismo.

“Há aqueles que tentam transformar as pessoas em vampiros e fazê-las beber o sangue de outras, ou incentivá-las a ter relações sexuais especiais para obter poderes especiais”, disse o professor Giuseppe Ferrari na reunião em Roma, complementando o que ouviu dizer que o número de tais possessões está aumentando globalmente, conforme noticiou o jornal britânico “The Independent”. “Esses grupos são atraídos pelos chamados belos vampiros jovens que temos visto tanto nos últimos anos.”

Ferrari, que dirige o Grupo de Pesquisa e Informação Sócio-Religiosa, afirmou, ainda, que o exorcismo só devem ser realizados por sacerdotes devidamente treinados. Embora o Vaticano afirme que a possessão demoníaca seja rara, com muitos casos suspeitos que acabam sendo de pessoas com doenças mentais, o Papa Francisco exortou dioceses para garantir que sigam lei católica e tenham pelo menos um exorcista treinado em cada.

Já o padre exorcista suíço Cesare Truqui disse à publicação que o curso desta semana, com a presença de exorcistas, sacerdotes e leigos, era vital, a fim de sensibilizar e aprimorar as habilidades dos padres na luta mal.

“O ato de realizar o exorcismo é pouco conhecido entre os sacerdotes. É como treinar para ser um jornalista sem saber como fazer uma entrevista “, disse ele, observando também que dioceses da Itália e de outros locais estavam passando por uma onda de relatos de sintomas de possessão.

Em 2012 verificou-se que a diocese de Milão, a maior do mundo, tinha instalado uma hotline de exorcismo para lidar com a demanda. Monsenhor Angelo Mascheroni, chefe exorcista de Milão, disse que a sua diocese havia dobrado o número de exorcistas de seis para 12 de lidar com o aumento de 100% no número de pedidos de ajuda ao longo dos últimos 15 anos.

Padre Cesare afirmou ter visto pessoas possuídas falar diferentes línguas e exibir força sobrenatural, incluindo uma “mulher pequena, que não conseguiu ser presa por três homens fortes”.

Fonte: O Globo

Albinos são caçados como animais na Tanzânia. A principal causa? Bruxaria!

  • Na Tanzânia, pessoas albinas sofrem sequestros e são até assassinadas por sua condição

Pessoas com albinismo enfrentam preconceito e morte na Tanzânia. Recentemente, uma nova campanha foi lançada para tentar pôr fim a sequestros e assassinatos que aterrorizam os cerca de 30 mil albinos que vivem no país. A BBC conversou com alguns deles. O pescador Mtobi Namigambo vive na ilha de Ukerewe, na Tanzânia. Situada a três horas de distância de Mwanza, segunda maior cidade do país, a ilha remota já foi tido como um santuário para albinos, mas hoje a situação mudou.

Um dos filhos de Namigambo, May Mosi, com quatro anos de idade, é albino. Quando tinha três meses de idade, escapou de uma tentativa de sequestro. “Tinha ido pescar no lago. (Minha esposa e as crianças) estavam sozinhas na casa quando foram atacadas”, conta o pai. “Ela pulou pela janela e correu com May, em busca de um local seguro, deixando as outras duas crianças para trás – ela não sofreram nada”. “Os agressores estavam à procura de May”, diz a esposa do pescador. “Meu marido estava fora pescando e eles sabiam disso. Por isso vieram. Após eu pular pela janela, eles ainda vieram atrás de mim e eu gritei por socorro. Só desistiram quando eu acordei os vizinhos”.

Comércio Lucrativo

O albinismo é um distúrbio congênito caracterizado pela ausência de pigmento na pele, cabelos e olhos devido a uma deficiência na produção de melanina pelo organismo. Em alguns casos, o distúrbio também provoca problemas de visão. Ele é raro, afetando uma em cada 17 mil pessoas aproximadamente. No Brasil, por exemplo, haveria (embora não haja dados oficiais) entre 10 mil e 12 mil pessoas com albinismo. Entre elas está o compositor e multi-instrumentista Hermeto Paschoal, reverenciado por músicos de jazz em todo o mundo.

Pouco presente no mundo ocidental, o albinismo é comum na África Subsaariana. Na Tanzânia e em outros países africanos, especialmente no leste do continente, albinos sofrem perseguições. Em algumas regiões, são tidos como demoníacos e perigosos. Na Tanzânia, alguns acreditam que poções feitas utilizando partes dos corpos dos albinos trariam sorte e riqueza. Como resultado, mais de 70 albinos foram mortos no país nos últimos três anos. Segundo grupos que fazem campanha em defesa dos albinos, apenas dez pessoas foram presas em consequência desses assassinatos.

No caso mais recente, em maio deste ano, uma mulher foi morta a golpes de machado.

Campanhas

Nos últimos anos, houve várias iniciativas para tentar conscientizar a população e romper preconceitos e superstições em torno do albinismo. Em 2012, na África do Sul, uma modelo albina foi destaque no continente quando desfilou pelas passarelas da Africa Fashion Week. Na Tanzânia, o governo também lançou campanhas de conscientização, mas o problema persiste, especialmente em regiões remotas como a ilha Ukerewe, onde vivem o menino May e sua família.

“Nós apelamos ao governo por mais iniciativas para educar a comunidade aqui (na ilha)”, diz Namigambo, pai de May. “No passado, as autoridades faziam seminários sobre albinismo. Faziam muita diferença, mas agora não mais”, ele comenta. A ONG Under the Same Sun (em tradução livre, Sob o Mesmo Sol), que atua junto à população albina da ilha, diz que o lugar não é tão seguro como alguns imaginam.

Alfred Kapole, presidente da sucursal regional da Tanzania Albinism Society, nativo da ilha, foi obrigado a fugir para Mwanza. “Ele é um dos primeiros albinos cujo caso chegou aos tribunais após um líder local ter tentado matá-lo para ficar com seu cabelo”, diz Vicky Ntetema, diretora da ONG Under the Same Sun. Ntetema explica que esse tipo de experiência é comum entre albinos no país.

Clientes Ricos

No centro da cidadezinha de Sengerema, a 60 km de Mwanza, uma estátua mostra um casal que não tem albinismo segurando um bebê albino. A mãe da criança coloca na cabeça do filho um chapéu de abas largas, para protegê-lo do sol. O monumento também traz 139 nomes de pessoas albinas que foram mortas, atacadas ou cujos corpos foram roubados de covas.

Um representante da sociedade de albinos de Sengerema, Mashaka Benedict, disse à BBC que mesmo pessoas com certo nível educacional acreditam que partes dos corpos dos albinos podem trazer riqueza. “Se isso é verdade, por que não somos ricos?”, ele pergunta. E acrescenta: pessoas importantes estão por trás do “comércio da morte”. É por isso que pouquíssimas foram presas, acusadas ou condenadas, ele diz.

“Como poderia um pobre oferecer US$ 10 mil por um pedaço de um cadáver? Os envolvidos são empresários e políticos “. A polícia, por sua vez, diz que faz o que pode.

“São casos complicados porque a maioria dos incidentes ocorre em regiões remotas onde não há eletricidade, por exemplo”, diz o chefe de polícia de Mwanza, Valentino Mlowola. “Isso dificulta a identificação dos infratores durante a noite”. “Investigamos cada caso e cada alegação, mas não é simples”. Apesar das dificuldades, ativistas persistem na luta para combater o preconceito e a ignorância. Em um evento organizado recentemente para promover os direitos dos albinos, uma artista com albinismo cantava: “Estamos sendo mortos como animais. Por favor, reze por nós”.

Fonte: Uol

Mãe obriga filha a fazer sexo com 1.800 homens em ritual satânico

Mãe obriga filha a fazer sexo com 1.800 homens em ritual satânico
Uma britânica escreveu um livro contando que durante dez anos de sua vida foi forçada por sua mãe a ter relações sexuais com 1.800 homens durante rituais satânicos.

Annabelle Forest, como se autodenomina, afirma que sua própria mãe, Jacqueline Marling, realizava em sua casa rituais satânicos e que dos 7 aos 17 anos ela foi obrigada a se deitar com estes homens, incluindo seu padrasto, Colin Batley, que a iniciou nos cultos.

No livro Forest conta que o seu padrasto, que era apenas um vizinho na época, conseguiu convencê-las que manter relações sexuais para provar seu amor aos deuses, caso não fizesse, eles ficariam irritados.

“Colin consegue convencer qualquer pessoa a fazer o que ele quer. Ele me perguntava se eu estava gostando, e eu tinha que dizer que sim. Mas, por dentro, estava morrendo, era horrível”, relata.

Os abusos aconteceram na cidade de Llanelli, em Wales, onde aos 14 anos a jovem foi obrigada a fazer sexo em grupo com a mãe e outros vizinhos da cidade. A britânica revelou que não era a única criança a ser forçada a ter relações sexuais por Batley que usava uma capa com capuz. Durante os rituais nenhuma criança ou mulher poderia encará-lo.

Aos 17 anos Annabelle engravidou do padrasto e fugiu de casa. Em 2011 Marling e Batley foram presos e condenados, o que a fez ficar mais aliviada.

Para alertar as pessoas sobre o que acontece nesses rituais, Forest lançou o livro “The Devil on the Doorstep: my escape from a Satanic Sex Cult”, onde ela deixa claro que rituais como este acontecem no mundo inteiro fazendo crianças serem exploradas sexualmente.

Fonte: Gospel Prime

Padre afirma que tem recebido SMS do demônio

Padre afirma que tem recebido mensagens do demônio pelo celular

O padre Marian Rajchel, da cidade de Jaroslaw, sudeste da Polônia, afirma que um demônio o vem ameaçando e ofendendo de uma maneira “incomum”: através de mensagem de texto. Ele diz que seus problemas começaram depois de um exorcismo mal sucedido de uma jovem de sua comunidade. O padre reconhece que ela não está liberta e precisa de ajuda. Segundo agências de notícias europeias Rajchel tem sido veemente ao afirmar que “O autor destes textos é um espírito maligno que possuiu a alma dela. Muitas vezes os donos de celulares nem sabem que eles estão sendo usados dessa forma, mas neste caso não há dúvidas”.

Após tentar o exorcismo seguindo os tradicionais ritos da Igreja Católica, Rajchel foi para casa chateado por não ter obtido sucesso. Poucos dias depois, começou a receber mensagens de texto “desagradáveis”. Uma das mensagens recebida pelo padre diz: “Ela não vai sair deste inferno. Ela é minha. Qualquer um que reze por ela irá morrer”. Rajchel enviou uma resposta por SMS, dizendo que continuava rezando pela alma da garota. Então veio a tréplica: “Cale a boca, pregador. Você não pode salvar nem a si mesmo. Idiota. Seu padre velho e patético”.

Para o padre, está claro que os demônios estão adaptados às tecnologias e utilizam os seres humanos para enviar as mensagens.

Fonte: GP

Evangélicos perseguem seguidores de religiões afro?

Evangélicos perseguem seguidores de religiões afro?
A Index on Censorship [Índice da Censura] é um site dedicado à luta pela liberdade de expressão que acompanha movimentos de censura em todo o mundo. Além disso, a organização internacional publica uma revista sobre o assunto e coordena uma premiação anual para quem se destaca nessa luta. Na maioria das vezes, os contemplados são jornalistas. Surpreendentemente, a edição de junho colocou o Brasil na capa. Mas nenhuma relação com a Copa. Trata-se de uma “denúncia” do aumento da perseguição religiosa em território brasileiro. Os perseguidores, no caso, são os evangélicos.

O foco maior é a decisão do Google de não acatar um pedido para remover 16 vídeos do YouTube postados por uma igreja com testemunhos de ex-adeptos de religiões afro-brasileiras.

A queixa apresentada pela Associação Nacional de Mídia Afro exigia que o Ministério Público representasse contra o Google no Brasil. Primeiramente, o Google se recusou, argumentando que o material divulgado “era uma manifestação da liberdade religiosa do povo brasileiro” e que os vídeos “não violam a política da empresa”.

Com a recusa, a questão foi levada ao tribunal federal no Rio de Janeiro. Quando o juiz Eugênio Rosa de Araújo negou o pedido, argumentou que eram isso “feriria a liberdade de expressão”. Porém, disse acreditar que “manifestações religiosas afro-brasileiros não se constituem religião”.

A partir daí o foco da mídia recaiu sobre o juiz e não mais sobre a ação. Posteriormente, o juiz voltou atrásreconhecendo umbanda e candomblé como religiões, mas não aceitou a retirada dos vídeos. Segundo o Index on Censorship, isso acabou encobrindo a verdadeira questão a ser debatida no país: a intolerância religiosa. Ainda mais quando ocorreram protestos por parte de organizações afro-brasileiras em pelo menos sete cidades.

“Estamos organizando um protesto, em Brasília, com várias entidades do país para a mobilização e denúncias em órgãos como a Ordem dos Advogados do Brasil, o Conselho Nacional de Justiça, a Comissão de Direitos Humanos do Congresso e a Organização dos Estados Americanos”, afirmou na época Marcos Rezende, coordenador nacional do Coletivo de Entidades Negras.

A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa e a Associação Nacional de Mídia Afro estão agindo politicamente para que material contrário às práticas religiosas afro-brasileira não possam mais ser divulgados. Sua alegação é que isso viola a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o artigo 129 da Constituição Federal, e do Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288/2010). Para eles, o governo deve proteger as comunidades religiosas afro-brasileiras de conteúdo que promova “ódio e desprezo à religião com raízes africanas”.

No Congresso, foi criada por deputados petistas a Frente Parlamentar em Defesa das Comunidades de Terreiro. Seu objetivo declarado é defender as religiões africanas da perseguição, numa “resposta” à Bancada Evangélica.

Não é a primeira vez que representantes do atual governo acusam os evangélicos de intolerância. A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, afirmou ano passado: “Alguns setores, especialmente evangélicos pentecostais, gostariam que essas manifestações africanas desaparecessem totalmente da sociedade brasileira, o que certamente não ocorrerá”.

Fonte: Gospel Prime

Agradando a “gregos e troianos”: porque o filme “Noé” de Darren Aronosky erra ao retratar um mundo pré-diluviano de forma arbitrária e distinta do que dizem as fontes antigas

OBS. 1: Não falamos exclusivamente sobre o filme, neste post, pois aproveitamos as polêmicas que envolvem o relato do Livro do Gênesis e do pseudo-epígrafo Livro de Enoque (cujos elementos estão presentes no longa) para falarmos sobre a perspectiva que afirma que os “filhos de Deus”, de Gênesis 6, são “anjos” e que os mesmos ensinaram os homens todo o seu conhecimento e coabitaram com mulheres, gerando uma raça híbrida, chamada nefilim ou gigantes. O texto a seguir pode contém spoilers do filme. Se você não quer saber detalhes sobre a produção, não leia os trechos que estão marcados. 

Confesso que há meses estava com uma expectativa muito grande para assistir “Noé”, megaprodução do diretor judeu Darren Aronosky. Admito, contudo, que estava desconfiado, pois todo o “zum-zum-zum” sobre o trabalho de Aronosky girava em torno de “Cisne Negro”, filme ganhador do Oscar, cuja estrela principal fora a atriz Natalie Portman. Aronosky – que deu várias entrevistas afirmando sempre “ter sido fascinado pela história bíblica de Noé” -, é um autor de drama… ganhou o maior prêmio de sua carreira com um filme melodramático e psicológico. A proposta de “Noé”, porém, é completamente diferente. Como toda grande história bíblica, a história de Noé só pode ser contada de duas maneiras: ou se segue o que a Bíblia diz, ou não! Ficar no “meio-termo”, no “chove não molha” , com elementos que combinam e contradizem a história bíblica, a esmo, sem qualquer explicação do porquê deste elemento ter coincidido com a Bíblia, enquanto aquele não, é um caminho perigoso e na grande maioria das vezes, inócuo. Não é à toa, neste caso, que inócuo parece com “oco”: essa é a sensação que o filme de Aronosky transmite após suas mais de duas horas de exibição. O filme tem sua dinâmica, todos ou quase todos os elementos estão lá, mas estes elementos não se combinam corretamente, dando-nos a impressão de que realmente falta substância à história. Os produtores e o diretor de “Noé” tentaram amenizar as críticas que o filme tem recebido (tanto de círculos religiosos quanto de não religiosos) apelando àquela velha ideia de “licença poética”, como se isso pudesse signifcar a descaracterização completa de elementos fundamentais da história.

A Bíblia é um livro revelacional e , sendo assim, suas histórias têm como objetivo explicitar algum aspecto da dogmática judaico-cristã. É um livro de moral, mas a moral divina, que sempre contrasta com a moralidade (ou amoralidade) humana, que está manchada por conta da Queda do primeiro homem, o pai de toda a raça humana: Adão. Esta atitude atual de se mostrar o Homem como uma “praga” é algo difícil de conceituar, porque facilmente chega-se a extremos. Pela Bíblia, é fato que o homem trouxe um mal terrível ao mundo, por conta da Queda. Isto ocasionou, tanto nos dias anteriores, quanto aos posteriores ao dilúvio, um estado de caos, violência, desigualdades e muita miséria. Contudo, não é possível que neguemos que o ser humano, como criado à imagem e semelhança de Deus, possua coisas boas, um entendimento correto acerca do bem e do mal, algo que o impele para também fazer o bem, a investigar a natureza e produzir algo bom para si e tudo o que o cerca. Esta tensão nas atitudes humanas é um ponto  dificultoso na análise atual do Homem em relação à natureza, o que está em clara evidência no filme estrelado pelo ator Russel Crowe, que faz o personagem principal. Percebe-se de imediato no filme que a Terra está devastada por causa da ganância do Homem: cenas de desertos áridos, pedregosos, com paisagens de árvores cortadas e de animais sendo caçados por homens é algo comum na película. Fala-se até mal do hábito carnívoro, como se fosse algo em si ruim, uma consequência do pecado humano o fato de comermos carne de alguns animais. 

ATENÇÃO, O TRECHO A SEGUIR COMENTA CENAS DO FILME

Mas, ok. Até poderíamos inferir que trata-se apenas de uma desagradável mistura de dogma antibíblico alinhado ao pensamento politicamente correto que está varrendo a Terra mais rápido do que as cidades dos “filhos de Caim”. Só que a coisa não pára por aí. No filme não se explica porquê os “anjos caídos” ou “Sentinelas” ajudam os filhos dos homens na construção das cidades e em todo o modus vivendi e operandi que será a causa da destruição do mundo. Digo isso pois este é o ponto mais fraco e decepcionante do filme: os anjos caídos. É quase que um consenso entre os principais estudiosos da Bíblia que os chamados “filhos de Deus” de Gênesis 6 sejam anjos ou “seres espirituais” que, conforme nos dizem as Escrituras, “deixaram sua própria habitação”. O problema (histórico) se dá em como a Igreja tem interpretado o significado de “espiritual” e “anjo”. Vejamos o que a Bíblia diz acerca dos ANJOS caídos: E a anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio, ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande Dia; como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo- se entregado à prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição“. Judas 1:6-7 Alguns afirmam que Judas está se referindo à Queda dos anjos após a rebelião de Satanás.

Mas, textualmente, isso é duvidoso… porque: A) em primeiro lugar, Judas cita o controverso “Livro de Enoque”, um pseudo-epígrafo que, ao que tudo indica, foi escrito no período interbíblico, mas que contém ensinos que o autor sagrado julgou pertinentes e necessários, inclusive citando-o literalmente, conforme pode ser visto em Judas 1:14-5, – cf. com Enoque 2:1. B) Em segundo lugar, o texto por nós destacado no Livro de Judas, que trata sobre o “abandono” dos anjos do seu “estado original”, liga-se à “prostituição”, conforme procederam os habitantes de Sodoma e Gomorra e das cidades circunvizinhas, as quais foram destruídas por Deus. A palavra traduzida por “domicílio”, no texto bíblico, é o grego “οικητηριον” (“oiketerion”), cujo verbete pode ser traduzido por “lugar do corpo para a habitação do espírito“. É-nos dito em 2 Coríntios 5:2 que seremos revestidos de nosso “novo domicílio espiritual”: “E, por isso, neste tabernáculo, gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial; se, todavia, formos encontrados vestidos e não nus“. Esta é SEGUNDA E ÚNICA passagem bíblica em que encontramos o termo “oiketerion”, e em ambas o termo refere-se a “corpo espiritual”, um novo “domicílio espiritual”. Isto não era novidade aos cristãos do Novo Testamento, pois o Apóstolo Paulo nos diz sobre o “soma pneumatikos” (“corpo espiritual”): “Semeia- se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual“. 1 Coríntios 15:44.

Os atores Russel Crowe, “Noé” (a esq.) e Ray Winstone, “Tubalcaim” (à dir.) 

Assim, temos que houve uma miscigenação nos dias de Noé, algo que comprometeria toda a carne e que causara um mal extremo à raça humana, conforme nos dizem os livros de Gênesis e Enoque. Não tomamos o Livro de Enoque como “inspirado”, em absoluto. Mas, entendemos que, se o livro foi bom o bastante para ser citado ipsis literis pelo autor sagrado, então devemos prestar atenção àquilo que o livro diz, separando o que se alinha e o que porventura não se alinhe à mensagem bíblica. O fato é que deve ter acontecido realmente algo muito maligno, inclusive na carne humana, para que houvesse uma destruição global, como nos dias do dilúvio, e uma destruição pontual, como foi o caso das cidades de Sodoma e Gomorra e circunvizinhanças. Observe que o autor sagrado, o Ap. Judas, fala que os habitantes de Sodoma e Gomorra seguiram outra carneSabe-se que os habitantes de Sodoma foram “pecadores extremos” diante de Deus, pois, ao que tudo indica, iniciaram no mundo a prática do homossexualismo. Isso fica claro quando lemos sobre o que acontece quando os anjos vão livrar Ló da destruição da cidade, conforme nos registra Gênesis 19:1-11:

“Ao anoitecer, vieram os dois anjos a Sodoma, a cuja entrada estava Ló assentado; este, quando os viu, levantou- se e, indo ao seu encontro, prostrou- se, rosto em terra. E disse- lhes:Eis agora, meus senhores, vinde para a casa do vosso servo, pernoitai nela e lavai os pés; levantar- vos- eis de madrugada e seguireis o vosso caminho. Responderam eles:Não; passaremos a noite na praça. Instou- lhes muito, e foram e entraram em casa dele; deu- lhes um banquete, fez assar uns pães asmos, e eles comeram. Mas, antes que se deitassem, os homens daquela cidade cercaram a casa, os homens de Sodoma, tanto os moços como os velhos, sim, todo o povo de todos os lados; e chamaram por Ló e lhe disseram: Onde estão os homens que, à noitinha, entraram em tua casa? Traze- os fora a nós para que abusemos deles. Saiu- lhes, então, Ló à porta, fechou- a após si e lhes disse:Rogo- vos, meus irmãos, que não façais mal; tenho duas filhas, virgens, eu vo- las trarei; tratai- as como vos parecer, porém nada façais a estes homens, porquanto se acham sob a proteção de meu teto. Eles, porém, disseram:Retira- te daí. E acrescentaram: Só ele é estrangeiro, veio morar entre nós e pretende ser juiz em tudo? A ti, pois, faremos pior do que a eles. E arremessaram- se contra o homem, contra Ló, e se chegaram para arrombar a porta. Porém os homens, estendendo a mão, fizeram entrar Ló e fecharam a porta; e feriram de cegueira aos que estavam fora, desde o menor até ao maior, de modo que se cansaram à procura da porta”.

___ From North America to South America Native American Lore Speaks of Giants ___                           Artwork by Ernist Nelson

As lendas de gigantes antigos estão presentes, assim como a história de um dilúvio global, em praticamente todas as culturas antigas. A imagem acima ilustra uma das muitas histórias de gigantes vivendo entre os antepassados dos índios norteamericanos. 

Pois bem, admitamos que um grupo de anjos caídos veio à Terra nos dias dos ascendentes de Noé, abandonou seu domicílio (oiketerion), desceu no Morte Hermon e lá fez um juramento de que não iria “voltar atrás” no desígnio de desobedecer a Deus, indo após outra carne, fazendo o que não lhe era natural e atraindo grande condenação sobre si. Admitamos, por um momento, que isso é um fato. Agora, vejamos se tal hipótese “fere” o que a Bíblia diz… ou se é o nosso próprio convencionalismo. Como disse anteriormente, um dos problemas reside naquilo que entendemos ou convencionamos com o termo “espiritual”. O que significa este termo? Vejamos o que nos dizem as Escrituras acerca dos anjos e do reino “espiritual”: “Respondeu- lhes Jesus: Não provém o vosso erro de não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus? Pois, quando ressuscitarem de entre os mortos, nem casarão, nem se darão em casamento; porém, serão como os anjos nos céus.Quanto à ressurreição dos mortos, não tendes lido no Livro de Moisés, no trecho referente à sarça, como Deus lhe falou: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ora, ele não é Deus de mortos, e sim de vivos. Laborais em grande erro“. Marcos 12:25-27. A primeira coisa que nos salta aos olhos no texto acima é a expressão “…serão como os anjos“. Como assim? Bem, para que respondamos a pergunta, é interessante que observemos toda a sentença. Jesus está falando, neste texto, sobre a RESSURREIÇÃO DOS MORTOS.

Só quando os homens RESSUSCITAREM DOS MORTOS é que serão COMO OS ANJOS (nem antes, nem depois). Logo, não é na morte que os homens serão como os anjos, MAS NA RESSURREIÇÃO. Ora, nós teremos um “corpo revestido de incorruptibilidade”: “Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este CORPO corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o CORPO mortal se revista da imortalidade.” 1 Coríntios 15:51-53. Ora, é em CORPO (imortal) que “seremos como os anjos”. Em nenhum lugar das escrituras está se dizendo que “os anjos são assexuados“. O texto de Marcos diz que nós “seremos como os anjos”, ou seja, não mais casaremos e nos daremos em casamento… pois este é o estado dos anjos. “Não casar”, portanto, e “ter um corpo espiritual (incorrptível)” é o que pode nos ligar à condição similar a dos anjos. Não seremos anjos (a Bíblia não diz isso), mas como os anjos, tendo corpos incorruptíveis, vivendo exclusivamente para Deus. Realmente, não poderíamos ser anjos, pois, assim, seríamos transformados em outra coisa, que não homens com corpos glorificados (incorruptíveis). Os anjos jamais deveriam saber o que é o contato carnal do sexo e muito menos a procriação…. e é por isso que entendemos a gravidade do erro cometido pelos anjos, nos dias de Noé, e sua não menos grave punição.

Giants In Ancient History

Esta imagem em alto relevo pode ser a descrição de um antigo rei gigante sumeriano. 

A Bíblia assim relata os dias de Noé: Como se foram multiplicando os homens na terra, e lhes nasceram filhas, vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres, as que, entre todas, mais lhes agradaram. Então, disse o SENHOR: O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos. Ora, naquele tempo havia gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos; estes foram valentes, varões de renome, na antiguidade. Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração; então, se arrependeu o SENHOR de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração. Disse o SENHOR:Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e o animal, os répteis e as aves dos céus; porque me arrependo de os haver feito. Porém Noé achou graça diante do SENHOR. Eis a história de Noé. Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus. 10 Gerou três filhos: Sem, Cam e Jafé. Gênesis 6:1-9 com notas de Strong. O que nos chama à atenção de imediato é a expressão que está sublinhada. A palavra traduzida por “gigantes” é “נפיל” ou (“nephil”), provenientes da palavra “נפל” (“naphal”), cuja tradução pode ser “gigantes” ou “caídos”. Estes são claramente o fruto da união dos “filhos de Deus” com as “filhas dos homens”.

Esta corrupção do gênero humano, segundo o Livro de Enoque, começa nos dias de “Jared”, um ascendente de Enoque: E aconteceu depois que os filhos dos homens se multiplicaram naqueles dias, nasceram-lhe filhas, elegantes e belas. E quando os anjos, os filhos dos céus, viram-nas, enamoraram-se delas, dizendo uns para os outros: Vinde, selecionemos para nós mesmos esposas da progênie dos homens, e geremos filhos. Então seu líder Samyaza disse-lhes: Eu temo que talvez possais indispor-vos na realização deste empreendimento; E que só eu sofrerei por tão grave crime. Mas eles responderam-lhe e disseram: Nós todos juramos; (e amarraram-se por mútuos juramentos), que nós não mudaremos nossa intenção mas executamos nosso empreendimento projetado. Então eles juraram todos juntos, e todos se amarraram (ou uniram) por mútuo juramento. Todo seu número era duzentos, os quais descendiam de “Ardis” (“Ardis” é uma transliteração de “Jarede” e a frase pode ser entendida como “os quais procederam dos dias de Jarede“- grifo nosso. Livro de Enoque, cap. 7:1-7).O interessante aqui é que o Livro de Enoque, da tradição rabínica vétero-testamentária, cita os nomes dos “filhos dos céus” (ou “Sentinelas”), suas especificidades, ou seja, o quê realmente eles ensinaram aos filhos dos homens e como parecem ter se “arrependido” de seu mal, mas não foram ouvidos pelo Criador: foram “amarrados” e enviados ao “abismo” ou “tártaro”, sendo um deles, chamado Azazel (talvez o pior de todos) sido amarrado em um deserto e coberto de pedras para que não veja a luz. TODOS os anjos caídos (os 200 que eram liderados por Samyaza) foram amarrados até o juízo:

A ideia de “seres espirituais” (i.e., com “corpos espirituais”) coabitando com as mulheres humanas é antiga. A história descrita no Livro do Gênesis pode ter inspirado culturas posteriores, que deram àqueles anjos caídos o status de “deuses”. 

Além disso, Azazyel ensinou os homens a fazerem espadas, facas, escudos, armaduras (ou peitorais), a fabricação de espelhos e a manufatura de braceletes e ornamentos, o uso de pinturas, o embelezamento das sobrancelhas, o uso de todo tipo selecionado de pedras valiosas, e toda sorte de corantes, para que o mundo fosse alterado. A impiedade foi aumentada, a fonicação multiplicada; e eles transgrediram e corromperam todos os seus caminhos. Amazarak ensinou todos os sortilégios, e divisores de raízes; Armers ensinou a solução de sortilégios; Barkayal ensinou os observadores das estrelas, Tamiel ensinou astronomia; E Asaradel ensinou o movimento da lua, E os homens, sendo destruídos, clamaram, e suas vozes romperam os céus“. Enoque 8:1-9. Cf. Ibid. 7:9-11 (sobre os gigantes ou nephilim), 9:5, 10:1-17. ATENÇÃO, O TRECHO A SEGUIR COMENTA CENAS DO FILME Como se vê, há muito material que poderia ter sido trabalhado na produção “Noé”, mas que, no caso específico do longa de Aronosky, foi aumentada ao ponto da desconfiguração completa da história, por aquilo que os produtores chamaram de “licença poética”. É claro que uma história, mesmo uma baseada em fatos reais, cujas informações são esparsas (como é o caso do dilúvio bíblico), tem de seguir uma linha com coerência. Não é coerente ressaltar alguns aspectos da história bíblica e/ou pseudo-epígrafa e, arbitrariamente omitir outras.

A história ficou completamente sem sentido. Por exemplo, no livro do Gênesis, nos é dito que, após o dilúvio, Noé, que era lavrador, planta uma vinha, embriaga-se com vinho e fica nu na sua tenda. Cão, um de seus três filhos, vê a nudez de seu pai e o faz saber a seus irmãos, Sem e Jafé. Estes, por sua vez, com uma vestimenta, vão andando de costas (para não verem a nudez de seu pai) e o cobrem. Depois de desperto do efeito do vinho, Noé proclama sentenças nas quais abençoa a Sem e a Jafé, mas amaldiçoa Canaã, o filho mais novo de Cão. Apesar de a história não ser contada literalmente no filme, ela está lá. Por que ela está lá, se aspectos mais importantes do relato do próprio dilúvio não estão? Qual a base para se colocar um relato que, em comparação com a cerne da história, é meramente secundário? Ora, se houvesse o registro das bênçãos e maldições proferidas por Noé, tudo bem, mas não há isso no filme. Vê-se um jovem Cão confuso, que parece ter mais amor pelos homens do que Deus. Não há pregação de justiça por parte da linhagem de Set, o terceiro filho de Adão e Eva, que Deus lhes dera após a morte de seu filho Abel pelas mãos de seu irmão, Caim.

Imagem do filme “Noé”, de Darren Aronosky: os “anjos caídos” ou “Sentinelas”: se a base de tal história foi o Livro de Enoque, porque a história do filme não foi fiel à do livro? Os “anjos caídos” são retratados de uma forma confusa e aparentemente arbitrária, dando aquela sensação de pura mitologia, como em “O Senhor dos Anéis”, só que sem o enredo da obra de R. R. Tolkien. Maçante.

A Bìblia diz que Noé fora pregador de Justiça (2 Pedro 2:5), então é inconcebível ver um Noé que se esquiva dos homens, escondendo-se com a sua família. Ao mesmo tempo, vê-se homens que matam por nada, agem como animais irracionais, na medida em que os nefilim são vistos quase como figuras mitológicas à lá Senhor dos Anéis, o que, com certeza, irá confundir muito o público. Ora, se aqueles gigantes são a mesma coisa dos anjos caídos e são tão “bonzinhos” – ou seja, se a história difere tanto do relato bíblico e do de Enoque -, então por que manter os nomes dos anjos caídos? Ora, se eles são os mesmos descritos no livro de Enoque, então se relacionaram desobedientemente com mulheres, aprovaram as ações desoladoras de seus filhos gigantes (que, dentre outras atrocidades que cometiam, eram canibais e vis assassinos, conforme o Livro de Enoque), além de nada fazerem após virem, no decorrer das eras, os filhos dos homens degenerando totalmente o seu caminho mediante os ensinos que eles mesmos lhes haviam trazido. É por essas e outras que o filme “Noé”, ao que parece, tem tudo para se tornar um dos maiores fiascos cinematográficos da história. Pode até ter estreado em primeiro lugar nos EUA, mas o tempo dirá se minha análise está certa ou não.

Muitas pessoas não aceitarão o filme, que, como dissera no início, quer agradar a gregos e troianos. Se se coloca um relato da Criação a partir de Deus, com ingerências diretas de Deus na mesma, por que retratar a evolução das espécies, se isto não está nem de longe descrito na Bíblia? Foi uma infantilidade de Aronosky inserir, no relato da Criação, um viés evolucionista, o que se transformou num aspecto completamente nonsense do filme. Na ocasião em que vi o longa, pelo que percebi, o público não esboçou nenhuma reação (o cinema estava cheio), dando a entender que o filme claramente se colocava como mais do mesmo, ou seja, mais um no nível do politicamente corretos de Hollywood, mostrando um ser humano irracional e excessivamente mau, uma verdadeira “praga” para a natureza inocente, doce e que merece mais a terra do que o próprio Homem. A maldade dos seres humanos é repleta de histeria, como se os tais vivessem em orgias de sangue e violência desmedida, sem qualquer menção ao pecado, àquilo que fora realmente a causa da degeneração humana e que manchara de fato a criação de Deus desde o primeiro momento que surge nos corações dos homens. Isso, no filme, e mais uma parcela do show de discrepâncias em relação à história bíblica (aquela de Tubalcaim entrando escondido na arca foi demais!…) tornando o filme de Aronosky insípido, confuso, arbitrário e, por isso tudo, desinteressante. Não o indicaria sequer para um mero momento de descontração sem compromisso, como é o caso da maioria das pessoas que vai ao cinema por puro entretenimento. Totalmente descartável.

OBS. 2: breve estarei postando um outro estudo, sobre o “anjo” Azazel e uma provável menção que a Bíblia faz deste ser. 

Cresce a expectativa pela chegada do Anticristo muçulmano

A guerra na Síria se arrasta desde março de 2011. Após três anos, já morreram mais de 140.000 pessoas, milhões foram expulsos de suas casas e (o conflito) arrasou a economia do país. Os esforços diplomáticos não fizeram nenhum progresso. O assunto deixou de ser notícias na maioria das TVs, que hoje voltam suas câmaras para o conflito na Crimeia. Apesar das ameaças, a ONU não fez nenhum movimento significativo para pôr um fim ao embate. Embora o governo sírio negue, esta é uma guerra religiosa. Mais do que isso, para os radicais de ambos os lados, é o início da última guerra, que trará o final dos tempos sobre a Terra. “Se você acha que todos esses guerreiros mujahideen vieram de todo o mundo para lutar contra o presidente Assad, está enganado”, disse Abu Omar, um jihadista muçulmano sunita que faz parte de uma das muitas brigadas anti-Assad da região de Aleppo.

“Eles estão todos aqui, como profetizado pelo Profeta Maomé! Esta é a guerra que ele prometeu, é a Grande Batalha”, exclamou ele à agência Reuters. Do outro lado do front, muitos muçulmanos xiitas, vindos do Líbano, do Iraque e do Irã são atraídos para a guerra, por acreditarem que ela abrirá o caminho para o retorno do Imã Mahdi. Esse é o nome dado a um descendente de Maomé que “desapareceu” da Terra 1.000 anos atrás e que irá ressurgir em um momento de guerra para estabelecer um governo islâmico global antes do fim do mundo. Essa crença que contrapõe sunitas e xiitas espalha inquietação em todo o Oriente Médio, onde a religião majoritária é o islamismo. Existem profecias apocalípticas do século 7 atribuídas a Maomé que falam sobre um Oriente Médio encharcado de sangue. São milhares de provérbios do profeta e seus companheiros, ou hadiths, referindo-se ao confronto de dois enormes exércitos islâmicos na Síria, em uma grande batalha perto da capital Damasco.

Segundo a tradição, os hadiths são as mais importantes fontes de autoridade no Islã depois do  Corão. Esses textos históricos tornaram-se uma ferramenta poderosa de recrutamento ao redor do mundo. “Temos aqui mujahideen da Rússia, Estados Unidos, Filipinas, China, Alemanha, Bélgica, Sudão, Índia e Iêmen e em outros lugares”, disse Sami, um rebelde sunita que luta no norte da Síria. “Eles estão aqui porque o Profeta prometeu, a Grande Batalha já está acontecendo”. Ambos os lados enfatizam que o objetivo final é consolidar um Estado islâmico que irá dominar o mundo, subjugando judeus e cristãos antes do final dos tempos. Um dos argumentos usados para justificar as crucificações e decapitações de cristãos na região.

Embora alguns clérigos sunitas e xiitas acreditem que existam “sinais semelhantes”, essa interpretação não é apoiada pela maioria dos líderes. Segundo a tradição, toda a região será abalada a partir da Península Arábica, chegando até Jerusalém. Quase todos os países do Oriente Médio enfrentarão tumultos. Algo que os radicais acreditam que começou com a chamada “Primavera Árabe” alguns anos atrás. Uma hadith afirma que “o sangue vai chegar ao nível do joelho” em toda a região. “Cada dia que passa sabemos que estamos vivendo os dias que o Profeta falou”, disse Mussab, que  luta na Frente Nusra, um grupo radical sunita ligado à Al Qaeda. Murtada, um xiita de 27 anos, conta que deixou em casa a esposa e dois filhos quando foi à Síria lutar contra os rebeldes, mas explica que não está lutando por Assad. Ele faz tudo em nome do Mahdi. “Mesmo que eu seja martirizado agora, quando ele aparecer irei renascer para lutar contra o exército inimigo. Eu serei seu soldado”, contou ele à Reuters.

Murtada passa a maior parte do tempo na Síria, indo para casa de tempos em tempos: “Nada é mais precioso do que o Imã, nem mesmo a minha família. É nosso dever”, decreta. Abbas, um soldado xiita iraquiano de 24 anos afirma que percebeu que estava vivendo na era do retorno do Mahdi, quando os Estados Unidos e a Grã-Bretanha invadiram o Iraque em 2003. Atualmente está em Bagdá, onde prepara-se para ir para a Síria pela quarta vez. Uma pesquisa de 2012 indicou que mais de dois terços do um bilhão de muçulmanos que vivem no planeta esperam que o Mahdi venha logo. Para a maioria deles, o Mahdi virá governar o mundo e derrotar de vez os inimigos dos que servem a Alá.

Fonte: GP

Crença supersticiosa no sobrenatural já ultrapassa a fé em Deus

Crença no sobrenatural já é mais comum que “fé em Deus”

O lançamento do seriado Believe (foto), que conta a história de uma menina com poderes paranormais, foi acompanhado por uma campanha de marketing diferenciada na Inglaterra. Juntamente com o material promovendo a produção americana, foi divulgada uma pesquisa bastante controversa. O ponto central é: acreditar no sobrenatural é o mesmo que ter fé em Deus? Mais da metade dos entrevistados afirmou que dão crédito ao sobrenatural (ou superstição), enquanto apenas 49% diz acreditar em Deus

O fenômeno parece não ser exclusivo entre os britânicos. A pesquisa indica que a maioria das pessoas é mais propensa a ter fé no sobrenatural do que no Deus da Bíblia. Da mesma forma, mais pessoas acreditam que têm poderes extraordinários, como um sexto sentido, do que as que vão regularmente à igreja. Realizado pelo Instituto One Poll, o estudo entrevistou 2.000 adultos. Foram feitas perguntas sobre suas crenças de maneira geral. O resultado surpreendeu a muitos.

55% dizem que é possível ter fé no sobrenatural, e isso não inclui o Deus cristão;
33% considera-se supersticioso, evitando fazer ou dizer coisas que possam trazer “má sorte”, embora não saibam dizer por que;
29% acreditam que podem ver o futuro de alguma forma,
23% afirma ser capaz de usar a força da mente;
10% defende que os serem humanos têm poderes sobrenaturais.

Práticas como consultar o tarô ou procurar médiuns são amplamente aceitas como uma maneira de exercer a espiritualidade. É curioso o fato de a maioria dizer que “sabe” dessas coisas por que aprenderam sobre isso na TV, em filmes ou com celebridades. Uma grande fatia da programação nos últimos anos é dedicada a seriados que retratam vampiros, lobisomens, bruxas, e seres sobrenaturais em geral.

Eles possuem um público cativo e programas como True Blood e Supernatural alcançaram um sucesso expressivo entre os adolescentes. O mesmo vale para sucessos da literatura como Harry Potter e Crepúsculo, que ajudaram a criar um geração de autores dedicados a temas que envolvem temas espirituais inseridos no cotidiano moderno. Os números podem ser restritos aos ingleses, mas refletem o que ocorre numa Europa cada vez mais “pós-cristã”. Ao mesmo tempo que apenas 8% dos seus habitantes afirma ir regularmente à igreja, a religião que mais cresce no continente europeu é o islamismo.

Os índices decrescentes da fé em Deus não os impede de reafirmar sua fé de outras maneiras, ou seja, vale a máxima “o importante é crer”. O Dr. Giles Fraser, teólogo anglicano, afirmou ao jornal Daily Mail que acha “divertido” ver que aqueles que rejeitam com mais fervor a religião cristã muitas vezes são os seguidores mais ávidos de superstições. “É certamente mais fácil acreditar nisso do que… pensar que darão contas a um Deus”.

Fonte: GP